O novo ciclo do petróleo no Rio Grande do Norte, iniciado com a saída da Petrobras e a chegada de novas empresas, abre janela histórica de oportunidades para a cadeia produtiva no Estado. A avaliação é do presidente da Associação Redepetro RN, Gutemberg Dias, feita na audiência pública sobre impactos da venda dos ativos da Petrobras no RN, nesta quinta-feira (17), na Assembleia Legislativa.
Segundo ele, o Rio Grande do Norte perdeu oportunidade semelhante, quando do início da exploração da energia eólica, há alguns anos. Mas tem a chance de fazer diferente no novo cenário do segmento onshore (produção e exploração de petróleo em terra). De preferência, se estimular o protagonismo de empresas locais no fornecimento de bens e serviços para os novos operadores dos campos ex-Petrobras.
“Precisamos atrair novos negócios e fortalecer atuais, principalmente empresas daqui, para aproveitar esse novo momento. Quando vieram as energias renováveis, nós perdemos o trem com relação a atrair indústrias para gerar bens e serviços para esse cenário das renováveis. Então, para esse novo cenário que a gente tem do petróleo, a gente tem que pensar dessa forma, fazer chamamento das gestões estadual e municipais. Ou seja: é dada uma nova oportunidade e nós precisamos pensar em atrair novos negócios que forneçam para essa cadeia”, frisa.
Ainda no contexto de oportunidades, Dias lembra também a posição estratégica do Rio Grande do Norte em relação a outras regiões produtoras do onshore nacional, como os estados do Amazonas e do Espírito Santo. A ideia, segundo ele, é aproveitar o momento e estruturar a cadeia local, com novos negócios que possam fornecer bens para a indústria daqueles estados.
“O Rio Grande do Norte tem um ponto importantíssimo. Somos estratégicos. Hoje, o onshore está mudando, está tendo uma virada de chave, e o estado está estrategicamente para o sul do Espírito Santo, assim como para o Amazonas, de modo que podemos ter várias indústrias aqui que atendem esse mercado. Isso seria um grande diferencial para o fortalecimento do onshore potiguar”, observa.
Reaquecimento
Dados apresentados na audiência pública por Ricardo Savini, CEO da 3R Petroleum – empresa que acaba de adquirir outras 22 concessões na Bacia Potiguar –, reforçam a abertura da janela de oportunidades para o onshore no Rio Grande do Norte. Segundo os prognósticos, a operadora deve alcançar, até 2025, produção aproximada de 50 mil barris de petróleo por dia, com investimentos em perfuração e reativações de mais de dois mil poços.
“Em Macau, a Petrobras produzia 3,6 mil barris. Desde que assumimos a operação, em 2020, a produção cresceu entre 60% e 70%, mesmo sem ainda ter perfurado. E de acordo com nosso planejamento, devemos passar de 50 mil barris nos ativos da 3R até 2025. Então, se nós cumprirmos isso, a redinamização dos municípios será evidente”, enfatiza Savini.
Siga-nos no Instagram.
contatosaulovale@gmail.com