A nova alta do diesel (14,25%), anunciada sexta-feira (17), agravou o drama do transporte coletivo em Mossoró. Apesar do apoio da Prefeitura, em ações como o programa Ônibus no Bairro, o setor continua a agonizar. Na manhã de hoje (20), no auditório do Previ Mossoró, a Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (SESDEM) detalhou a crise, em balanço técnico apresentado à imprensa.
Oito meses após o plano de retomada do transporte coletivo, com o programa Ônibus no Bairro, o sistema amarga baixo número de passageiros pagantes, linhas deficitárias e crescente preço de insumos. Para suprir os custos, segundo a concessionária Cidade do Sol, a tarifa deveria ser R$ 8,56, mais que o dobro do valor atual, R$ 3,30 – sem reajuste há quatro anos.
Contudo, o diretor da empresa, Waldemar Araújo, reconhece ser impraticável a tarifa de R$ 8,56. “Por isso, defendemos que outras medidas sejam adotadas para que o serviço não seja inviabilizado, para que possamos manter todas as 11 linhas operando”, destaca.
O balanço apresentado pela Sesdem evidencia que, apesar de medidas adotadas pelo Executivo, como fiscalização de modais clandestinos e aporte mensal de R$ 65 mil, a elevada gratuidade – taxa de 42% do total de passageiros transportados – as constantes altas no preço do diesel pressionam o sistema. Somente neste ano, o valor do combustível foi reajustado cinco vezes, sendo o último reajuste com percentual de 14,25%.
Para se ter uma ideia da alta dos custos com combustível, em 2018, com pouco mais de uma tarifa (R$ 3,10) era possível comprar um litro de diesel, que custava R$ 3,46. Atualmente, uma passagem, que segue no mesmo valor compra somente meio litro de combustível. Ou seja: são necessárias mais que o valor de duas tarifas para comprar um litro de diesel.
“O problema enfrentado pelo setor é nacional, e muitas medidas estão sendo replicadas nos municípios para manter o serviço operando. Aqui em Mossoró o ISS será reduzido, mas uma medida isolada não funcionará. É preciso pensar em outras alternativas como tarifa cidadã, subsídio para gratuidade, e tantas outras que estão sendo adotadas Brasil afora para não tornar o sistema insustentável”, alerta Waldemar.
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