Dia: 13 de janeiro de 2025

Por Fernando Nícolas, jornalista

Natural de Baraúna, a estudante Anna Beatriz Rebouças Bezerra Veríssimo, de 21 anos, foi uma das 12 notas 1000 na redação do Enem em 2024 e a única no RN a chegar a essa pontuação.

Com a nota máxima na redação, Anna planeja ingressar no curso de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). “Sempre me imaginei na Uern”, compartilha. Para ela, acreditar no próprio potencial é o que torna a conquista possível.

O tema da redação do Enem 2024 foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. A conexão com o tema foi um diferencial para a estudante.

Em seu texto, Anna Beatriz mencionou obras como Torto Arado e Racismo Estrutural, além de abordar a relevância do ensino da cultura africana nas escolas brasileiras.

“Todo esse esforço valeu a pena, todas as noites de estudo, todas as questões que eu fiz, redações, tudo valeu muito a pena”, contou Anna Beatriz.

Aprendizado

Natural de Baraúna, interior do Rio Grande do Norte, Anna Beatriz passou a vida estudantil na estrada, na saga do aprendizado em Mossoró.

Cursou o ensino fundamental e médio na cidade e, a partir de 2019, começou a se dedicar à prova do Enem.

A estudante concluiu o ensino médio em 2020, no Colégio Pequeno Príncipe, em Mossoró. Também se preparou em um curso específico de redação, o Curso Marcela Melo, e foi bolsista do extensivo do Ari de Sá, em Fortaleza.

Ela passou quatro anos tentando. Foram 14 vestibulares, contando com o Enem 2024, 7 Exames Nacionais do Ensino Médio, 5 vestibulares da UECE e 2 da FUVEST.

Emoção

Adalberto Frank, funcionário público e pai de Anna, descreve com lágrimas nos olhos a emoção de ter uma filha nota 1000.

“A persistência, na mesma noite em que recebia um resultado, faltando duas, três questões, ela se trancava no quarto e começava a estudar”, disse.

“A correção detalhada que fiz no curso de Marcela Melo foi fundamental. Ela me ajudou a melhorar meu nível, corrigindo de forma profunda e detalhada, buscando sempre extrair o melhor de mim”, afirmou Anna Beatriz.

Marcela Melo, professora há mais de 30 anos, conta emocionada a felicidade em colaborar no aprendizado da aluna. “Para mim, Anna Beatriz foi mil desde o primeiro vestibular dela, desde o primeiro Enem (…) Foi uma sensação de dever cumprido, de justiça feita, porque ela foi uma adolescente que gostava muito de ler, escrevia de forma preciosa, e foi esse preciosismo e a maturidade que fizeram com que ela ficasse tranquila na hora da prova e colocasse na redação tudo que aprendeu durante esse tempo.”

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Por Esdras Marchezan, pró-reitor de Extensão da Uern

Na expectativa de conhecer alguns dos primeiros aprovados no Sisu/Enem para a UERN, após o sistema de cotas étnico-raciais adotado pela universidade, me deparei com a fotografia de um jovem comemorando, de Serra Talhada, Pernambuco, a aprovação para o curso de Medicina da UERN, em Mossoró. Começava ali uma jornada que coroava uma história de luta e dedicação ao conhecimento.

Sentia-me extremamente feliz de acompanhar a chegada à universidade dos primeiros alunos aprovados pela cota para Pretos, Pardos e Indígenas (PPI) e pelo argumento de inclusão regional.

Nos primeiro anos, conheci Olímpio já engajado com as causas estudantis, principalmente com uma delas: enegrecer a UERN e fortalecer a construção de políticas públicas que garantam acesso e permanência a jovens negros.

Em pouco tempo no curso, se mostraria brilhante, dedicado e extremamente humano, como destacava professores, estudantes e quem o conhecia.

Quando o encontrava via seu engajamento e envolvimento com a medicina crescer mais. Em julho de 2022, em solenidade na FACS, Olímpio estava na mesa de autoridades, representando os alunos do curso de Medicina e fazendo um discurso emocionante e inspirador. Na base dele, a luta por uma medicina mais humana e próxima das pessoas e o enegrecimento do curso e da universidade. De onde estava, Olímpio lutava por quem viria depois. Abria caminhos.

Ao chegar na fase do curso em que começava a estar em unidades hospitalares, os pacientes conheciam o futuro Dr. Olímpio, e se encantavam com seu cuidado, atenção e humanização durante aquele aprendizado diário. Foi assim sempre.

Neste domingo, o sempre acabou. Perdemos Olímpio. Diante da notícia, silêncio e choque. No 9° período do curso, bem perto da linha de chegada, Olímpio partiu.

Daqui, fica meu abraço a amigos e familiares, e também a lembrança da história de um jovem que fez a diferença pelo amor e dedicação ao próximo. O mundo perde a chance de conhecer um médico muito especial. A cada turma de novos médicos formados pela UERN, sua história e luta estará presente, amigo.

Siga em paz.
Olímpio Magalhães, Presente.

Hoje e sempre.

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O padre Flávio Augusto Forte Melo recebeu grandes e justas homenagens neste domingo (12), durante sua despedida da Catedral de Santa Luzia de Mossoró, onde serviu como pároco durante nove anos.

Ele fez questão de celebrar ontem todas as missas, a de 6h, 9h, 11h, 17h (na Capela) e 19h.

Durante todo o dia, recebeu muitas homenagens dos fieis, que relembraram e agradeceram pelo seu trabalho e abnegação em favor da Paróquia de Santa Luzia.

Foram momentos de emoção.

Padre Flávio vai ser empossado como pároco na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Pau dos Ferros.

Sua posse está marcada para o próximo dia 25 de janeiro.

Confira o vídeo.

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