Categorias
Política

Carlos Eduardo anuncia neutralidade no 2º turno por ter sido “sistematicamente atacado”

Blog Carol Ribeiro (Diário do RN)

“Eu quero agradecer novamente àqueles que confiaram em nós, na nossa proposta de governo, uma votação expressiva e o resto é aceitar como democrata o resultado das urnas, respeitar e dizer que nesse segundo turno vamos adotar uma posição de completa independência, está certo? E que a população e os amigos correligionários escolham de acordo com a sua consciência”. O ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) abriu assim a primeira coletiva à imprensa após os resultados das urnas do último domingo, 06, após derrota para Paulinho Freire (UB) e Natália Bonavides (PT), que foram eleitos para o 2º turno. A conversa, que teve presença de correligionários, aconteceu na sede do PSD, em Natal, no final da tarde desta sexta-feira, 11.

Segundo ele, a decisão de neutralidade veio após ser procurado, ao longo da semana, por todos os partidos que passaram para o segundo turno. Carlos Eduardo afirma que teve conversa com o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, com a governadora Fátima Bezerra (PT), com o deputado federal Fernando Mineiro (PT) e outros partidos.

No entanto, justifica que “não se identifica nem com um lado, nem com o outro” nesse momento. Para o ex-prefeito, essa campanha teve a característica diferente de ser sistematicamente atacado. Além disso, lembra que a desvantagem de ter 1 minuto no horário eleitoral gratuito e 08 inserções de TV, enquanto o adversário Paulinho Freire (UB) teve 06 minutos de programa e 49 inserções e Natália Bonavides (PT), 03 minutos de programa e mais de 30 inserções.

Segundo ele, a campanha de Paulinho Freire foi mais agressiva do que a de Natália Bonavides, que trouxe críticas pontuais, mas não sistemáticas, e apresentou propostas. “A campanha do candidato do União Brasil foi uma campanha de fake news, de mentiras, de distorções de fatos, de desconstrução de imagem, e isso atingiu, porque a gente não teve como reagir, a gente não tinha tempo de reagir”, destacou.

Carlos Eduardo ainda relatou informações de perseguições por parte da administração municipal, chefiada pelo ex-aliado Álvaro Dias, apoiador de Paulinho Freire. “Bastava alguém tirar uma foto e fosse primo de alguém que tava no movimento, era demitida sumariamente, a gente viu isso. Os terceirizados da Prefeitura viraram escravizados, humilhados, acorrentados para votar num vereador e num candidato a prefeito”, denuncia.

“Não é um momento bom para mim”

Em cerca de 20 minutos de entrevista, Carlos Eduardo relatou as dificuldades de firmar alianças sem ocupar um cargo, de enfrentar os adversários e de lidar com o resultado negativo nas urnas. Admitiu que vai, agora, refletir sobre o momento e sobre o seu futuro político.

“As minhas passagens (pela Prefeitura) eu dei conta do recado, eu justifiquei a minha presença. Tentei realmente o governo, não deu certo. Tentei o Senado, não deu. Tentei voltar à Prefeitura, não deu certo. Esse é um momento que eu tenho que respeitar a decisão e eu vou ver o que eu vou fazer futuramente da minha vida pública. Se vai ter continuidade, se não vai ter continuidade, isso é uma coisa que é de foro íntimo. Não é um momento bom para mim. Não é um momento bom e me causou, realmente, e ainda me causa, muita tristeza esse resultado”, afirmou.

Ele complementou: “Foi uma campanha difícil. A gente enfrentou as três esferas de governo, a gente enfrentou os maiores partidos políticos, os maiores medalhões do Rio Grande do Norte”.

Sobre o dia 27 de outubro, quando acontece o 2º turno, Carlos afirmou: “Eu devo cumprir o meu dever cívico”. No entanto, mesmo questionado, preferiu manter esse voto secreto.

Siga-nos no Instagram.

contatosaulovale@gmail.com