A reforma administrativa no governo Robinson Faria, iniciada a partir da saída repentina da primeira-dama, Julianne Faria, deve ter reflexos no segundo maior colégio eleitoral do estado.
O governo, a menos de 13 meses de acabar, peca feio na articulação política em diversas cidades do interior, com destaque para Mossoró.
Sem apoio de qualquer liderança política de peso, Robinson tem em suas mãos um PSD fragmentado. Outrora, o partido já teve grande expressão política em Mossoró, com um prefeito (Francisco José Júnior), com um presidente da Câmara (Jório Nogueira) e com um reitor (Pedro Fernandes). O primeiro e o terceiro saíram do partido em demonstrações claras e públicas de insatisfação; o segundo, continua, mas não possui cargo eletivo.
Acrescente aí a insatisfação dos três vereadores da legenda com o governador Robinson Faria. Eles já tentaram chamar atenção com ameaças de debandada da sigla. Sem sucesso.
Só para se ter uma ideia, o governador Robinson Faria tem dificuldades até de escalar alguém do governo em Mossoró para representá-lo em eventos públicos.
A última tentativa do governador de reagrupamento de sua base política na Terra de Santa Luzia foi quando convidou a deputada Larissa Rosado (PSB) para presidir o PSD em Mossoró. Conversas não avançaram. O grupo assumiu discurso forte de oposição de uns tempos para cá.
Já o grupo da prefeita Rosalba Ciarlini, que ainda possui cargos na estrutura do governo estadual (Isaura Rosado – Cultura), também se mostra distante e sem interesse em dialogar politicamente com Robinson.
Cúpula política planeja desembarque em Mossoró
A cúpula política, que passa a ser comandada pelo deputado e filho Fábio Faria, tem agora o grande e árduo desafio de reagrupar seu grupo político em Mossoró. Já planeja desembarcar na cidade, para conversas fechadas com lideranças locais, ainda que com pouca expressividade política no momento. Tem em seu favor a máquina pública estadual (cargos); em desfavor, a impopularidade.
Nessa conversa, claro, não pode faltar também as pretensões que o grupo ainda tem com vistas às eleições de 2018 no segundo maior colégio eleitoral, que foi decisivo para vitória de Robinson Faria em 2014.
Mas as pretensões podem esbarrar no maior inimigo de Robinson Faria: o tempo.
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