O Governo Fátima Bezerra (PT) entra em um dos momentos mais desafiadores de sua gestão.
Explico.
O governo vai precisar de muita articulação política na Assembleia Legislativa, em face da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará contratos firmados na pandemia. Não é questão de fazer pré-julgamento. Até aqui, nenhum órgão de controle colocou em dúvida esses contratos.
A questão é política.
O governo precisará vencer guerra de narrativas contra a oposição, que terá um palanque que nunca teve até aqui.
Fátima tem uma base aliada muito frágil na Assembleia Legislativa. A maioria dos deputados, inclusive os governistas, é fiel mesmo ao poderoso Ezequiel Ferreira (PSDB), presidente daquela Casa.
Decreto arriscado
Outra questão é o novo decreto do governo, que atende aos apelos do setor empresarial, como Fecomércio. A aposta arriscada prevê o retorno de eventos de massa no RN em cinco fases, começando no dia 26 de julho e concluindo no dia 17 de setembro.
Boa parte do público desses eventos pode ainda não estar vacinado nem com a primeira dose, uma vez que a previsão do estado é vacinar todas as pessoas acima de 18 anos no final de setembro, com a primeira dose.
Se o decreto incorrer em elevação da pandemia, o que não pode ser descartado, Fátima Bezerra ficará com o ônus.
Vai precisar se comunicar bem e de muita articulação política, diante de uma CPI e de um decreto arriscado.
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