Deputado que votou contra CPI da Arena quer instalar outra
Foto: João Gilberto
O deputado estadual Tomba Farias (PSDB) defende a realização de uma investigação sobre a compra de respiradores por parte do Governo do Estado que pagou R$ 5 milhões por equipamento que não foram entregues ao Consórcio Nordeste. O parlamentar, que considera importante se chegar à conclusão se houve ou não mau uso do dinheiro público, anunciou que a Assembleia Legislativa poderá instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o assunto.
“Mais de dois meses depois de ter antecipado o pagamento de quase R$ 5 milhões para compra conjunta de respiradores pelo Consórcio Nordeste, os aparelhos não foram entregues conforme o contrato. O dinheiro tampouco foi devolvido ao Governo do Estado”, disse.
Tomba destacou que a empresa responsável pela venda dos respiradores foi criada em 24 de junho de 2019 e alertou que de lá para cá só emitiu duas notas fiscais, incluindo a de número 002, referente à venda dos respiradores. “O governo jogou fora R$ 5 milhões e eu não vejo o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal falarem nada. A nossa Casa também está calada. Nós temos que tomar providências. Essa empresa tem como endereço um apartamento de 72 metros quadrados”, ressaltou.
Tomba Farias enfatizou ainda que a Assembleia Legislativa não pode continuar em silêncio diante de um fato que envolve dinheiro público, vindo dos impostos dos contribuintes. “Vamos ficar calados? Vai ficar dessa forma? Não vamos nos pronunciar?”, questionou o parlamentar, convocando os colegas a assinarem a “CPI dos Respiradores”.
Dois pesos, duas medidas
O deputado Tomba foi o mesmo que, 24 horas antes de propor a instalação da CPI dos Respiradores, votou para suspender a CPI da Arena das Dunas “por conta do momento de pandemia”.
Tomba é o vice-presidente da CPI que investiga os contratos entre o Governo do RN e o consórcio Arena das Dunas, firmado em 2014, ainda na gestão Rosalba Ciarlini à frente do RN. Segundo a auditoria da Controladoria Geral do Estado, a Arena já embolsou quase R$ 110 milhões a mais do que deveria, dado rebatido pelo consórcio.
Ele foi o único dos cinco integrantes da Comissão e um dos 12 votos do plenário favoráveis à suspensão de todos os trabalhos da CPI da Arena, até que a pandemia passe.
E o motivo apresentado pelo deputado Getúlio Rego (DEM), que propôs a suspensão da CPI, foi de que os trabalhos estariam prejudicados por conta da pandemia do novo coronavírus, uma vez que as sessões são feitas, em sua maioria, de maneira remota.
“Em virtude da pandemia que assola o Estado, e da utilização do Sistema Remoto nas Sessões Virtuais, impossibilita que os depoimentos das pessoas convocadas, impedindo até a participação da imprensa nas decisões dos parlamentares”, escreveu Getúlio Rêgo, no requerimento aprovado por 12 deputados, incluindo Tomba.
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