A pesquisa TS2, divulgada nesta segunda-feira pelo grupo TCM Telecom, trouxe números que rendem interessantes leituras do ponto de vista político e eleitoral.
1) Além de liderar com folga a intenção de votos para prefeito e ser o menos rejeitado entre os cinco candidatos, Allyson Bezerra (União Brasil) tem uma cristalização invejável: 92,6% dos seus eleitores garantem que não vão mudar de voto. Esse índice é muito maior que o de Lawrence (78%) e o de Genivan (65,8%). O prefeito só fica atrás de Victor Hugo (UP), que tem 100% de cristalização;
2) A pesquisa foi feita depois do apoio da ex-prefeita Rosalba (PP) a Genivan. Refletiu pouquíssimo, mas ainda há tempo, claro, para uma maior transferência de votos. Nessa pesquisa, Genivan ficou em terceiro lugar, mas tecnicamente empatado em segundo com Lawrence. Por conta desse apoio, alguns esperavam que ele já descolasse numa vantagem sobre o candidato do PSDB. Não ocorreu. Os dois continuam brigando pelo segundo lugar, muito atrás, a anos-luz, do franco favorito;
3) A pesquisa foi feita nos dias 14 e 15 de agosto, portanto antes da visita de Bolsonaro a Mossoró, na sexta-feira (16). Entretanto, vale destacar que já havia o anúncio da visita, com data e local pulverizados em redes sociais e até vídeos convocando militância para o ato com o ex-presidente. Reafirmo o que já disse aqui: essa visita causa pouquíssimo impacto na campanha local;
4) Outro diferencial, em relação às demais sondagens, foi ver Genivan e Lawrence brigando pelo topo da rejeição. Isso é normal, dado o favoritismo de Allyson e sua cristalização. Não é necessariamente uma rejeição aos dois candidatos, do PL e do PSDB;
5) Entre o servidor público, Allyson também lidera com folga. Tem 64,3% contra 14,3% de Lawrence. Genivan sequer é citado;
6) Allyson vence com folga em todas as faixas salariais. A menor vantagem do prefeito é em quem recebe de 5 a 10 salários mínimos. Ele pontua 52,9% das intenções de voto contra 11,8% de Genivan e 5,9% de Lawrence;
7) Por religião, o prefeito também lidera com folga em todas. Entre os católicos, ele tem 68,3% contra 6,3% de Lawrence e 5% de Genivan. Entre os evangélicos, o quadro é quase idêntico. O candidato à reeleição tem 67,6% contra 6,4% de Lawrence e 4,9% de Genivan;
8) Na avaliação de governos, nada de surpresa. Allyson com aprovação alta, Lula também, Fátima reprovada. Apesar do presidente e governadora serem aliados, o eleitor sabe distinguir a realização de cada um de seus governos e parte do eleitorado que aprova Lula reprova Fátima;
9) Se a eleição fosse hoje, nos votos válidos, de acordo com a pesquisa, Allyson computaria 82,5% contra 8,1% de Lawrence, 6,1% de Genivan e 0,5% de Victor Hugo;
10) A campanha eleitoral em Mossoró inicia sem um quadro de polarização, que é quando há dois candidatos brigando pelo primeiro lugar. O cenário é de franco favoritismo. Difícil de ser alterado;
11) Vi críticas à sondagem nas redes sociais e até ar de zombaria. Normal, até para tentar não desanimar a militância etc. Aconteceu com todas as outras. Entretanto, vale lembrar: pesquisa é uma amostragem. É um quadro do momento. Pode mudar daqui a 10, 15, 30, 40 dias? Pode, claro que pode, mas que é difícil, é.
A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistados 781 eleitores de Mossoró entre os dias 14 e 15 de agosto de 2024.
O nível de confiança utilizado é de 95% – isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a atual conjuntura, considerando a margem de erro máxima estimada do modelo aleatório simples que é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa foi contratada pela PROGRAMADORA CANAL TCM LTDA (CNPJ: 04209895000120), com recursos próprios, e está registrada sob o número RN-07586/2024.
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