Por Adriana Mendes, radialista
Esse post não é sobre mim, é sobre nós!
Nos últimos dias dois casos brutais de violência doméstica foram registrados em Mossoró. No sábado passado, uma mulher de 26 anos foi agredida com socos e chutes e só escapou da morte porque conseguiu fugir do agressor, seu ex-namorado, e pedir ajuda a uma vizinha.
O agressor, um homem de 25 anos, está preso preventivamente por lesão corporal. Na noite de ontem, uma idosa de 61 anos foi gravemente agredida com golpes de tesoura, além de chutes e socos, pelo próprio marido, de 68 anos.
Ela conseguiu sobreviver porque o filho acionou a polícia. Nesse caso, o agressor foi preso em flagrante e autuado por tentativa de feminicídio. As vítimas estão se recuperando dos traumas e ferimentos no corpo e na alma.
Noticiei os dois casos no Cidade Aflita, programa que apresento na Rádio Difusora de Mossoró com o coração partido. Sim, dói em mim. A violência contra a mulher não tem idade: não escolhe quem agride nem quem é vítima.
Ela não tem cor, posição social ou aparência física. A violência doméstica tem vítimas, e essas vítimas somos nós. Eu confesso: ando cansada de noticiar esses casos. Mas, ao mesmo tempo, vejo com esperança que as mulheres estão mais corajosas. Elas não se intimidam. Mesmo com medo, elas denunciam.
O aumento no número de casos nos últimos anos está diretamente relacionado ao crescimento do número de denúncias — e isso é essencial para interromper o ciclo de agressões. É vital que a sociedade, vizinhos e familiares estejam atentos aos sinais de violência doméstica, oferecendo apoio às vítimas e incentivando a denúncia.
Precisamos estar vigilantes, agir e falar em nome de quem não pode mais permanecer em silêncio. Sim, estou cansada de ver e relatar essas histórias. Exausta, também.
Mas continuo resiliente, com a fé de que, um dia, vamos dar um basta à violência doméstica e familiar contra a mulher não só em Mossoró, mas no mundo.
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