A governadora Fátima Bezerra (PT) chega nesta segunda-feira à marca de seus 100 primeiros dias do segundo mandato à frente do Rio Grande do Norte.
A crise na Segurança Pública, marcada por 11 dias consecutivos de ataques terroristas, foi o maior de todos os desafios e lhe trouxe um imenso desgaste. Viu a popularidade derreter.
O governo, acertadamente, procurou à União e, através de parcerias com o governo do aliado Lula (PT), teve, de imediato, agentes, viaturas, armamentos e R$ 100 milhões. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, esteve duas vezes no RN.
Crise foi contornada, ainda que com sequelas, mas sem a necessidade de pedir ajuda das Forças Armadas.
Neste processo, teve pedido de impeachment na Assembleia Legislativa pela oposição bolsonarista. A peça mal feita e sem nexo continha, basicamente, prints de blogs com notícias sobre os ataques terroristas. Óbvio que não vingou. Foi arquivada.
Na Educação, o governo enfrenta uma greve que já ultrapassa os 30 dias. Nela, Fátima, professora e ex-dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), é cobrada a apresentar uma proposta melhor para pagamento do Piso Salarial do Magistério, pauta que marcou sua vida parlamentar como deputada federal e senadora. Nesse episódio, governo e Sinte, entidade historicamente ligada a Fátima e ao PT, não se entendem e os ânimos se acirram.
Na Saúde, greve anunciada para esta terça-feira (11) e problemas graves no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), segundo maior do RN.
As estradas estão esburacadas e as críticas são constantes nas redes sociais.
Na arrecadação, o governo fez cumprir a Lei, aprovada pela Assembleia Legislativa em janeiro, e aumentou de 18% para 20% a alíquota de ICMS. Mais desgaste e críticas tendo como alvo somente Fátima, ainda que o projeto tenha sido aprovado por 15 deputados.
Ali, o governo tinha dois caminhos: arcar com o desgaste e aumentar a alíquota ou confiar na sorte e correr o risco de não ter recursos para o básico do básico, o que seria muito pior, uma vez que a compensação federal prometida ainda não chegou. Escolheu o primeiro.
Força política
Na articulação política, o governo soube se sobressair. Passou pelas crises sem perder ninguém. Segue com base aliada forte na Assembleia Legislativa, que tende inclusive a ser ampliada.
Fátima conseguiu ainda emplacar um aliado à frente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), entidade que estava ligada ao senador Rogério Marinho (PL), seu opositor.
Neste segundo mandato tem o aliado e amigo de décadas Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, a quem pode recorrer sem precisar de qualquer intermediário.
Tempo
Vale ressaltar que o governo tem um fator importante ao seu favor, mesmo com todos esses desafios: o tempo.
Mas não se pode dormir em berço esplêndido num momento em que a oposição se mostra mais articulada neste momento do que no primeiro mandato de Fátima.
Mãos à obra.
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