As diversas possibilidades de utilização do alginato, um produto extraído da alga marrom (Dictyota mertensii) levou um grupo de pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa) a desenvolver um processo mais barato e mais eficiente de obtenção desse material, que é um biopolímero de alto valor comercial.
A inovação resultou na 13ª patente obtida pela universidade, concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) no dia 22 de outubro.
“Nós percebemos que essa alga não era muito explorada, mas já sabíamos de alguns potenciais interessantes dela, como a presença do alginato, que é um biopolímero de excelente valor comercial com várias aplicações na área alimentícia, farmacológica, ondontológica…”, enumera o doutorando Luiz Paulo de Oliveira Queiroz, do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema).
Entre os anos de 2021 e 2023, ele realizou uma pesquisa de campo na praia de Ponta Grossa, em Icapuí (CE), e em laboratórios do campus de Mossoró da Ufersa.
O trabalho foi orientado pelo professor Ricardo Henrique de Lima Leite e coorientado pela professora Edna Maria Mendes Aroucha, ambos do Centro de Engenharia do campus de Mossoró. Além deles, o professor e pesquisador Klebson Gomes dos Santos, do Departamento de Ciências Naturais, Matemática e Estatística, também atuou e colaborou com a pesquisa.
O processo criado na Ufersa permite o aproveitamento de até 30% de biopolímero do volume total de algas coletadas, resultando em alginato de alta qualidade. “Até então, os métodos disponíveis conseguiam chegar a 10% de aproveitamento, mas utilizando processos que não eram viáveis para aplicação em grande escala ou que seriam muito caros para serem replicados”, detalha o doutorando Luiz Paulo de Oliveira Queiroz, que é professor do Instituto Federal de Educação do Ceará (IFCE).
Na Ufersa, o grupo de pesquisadores já aplica o alginato em outras pesquisas. “Essa é uma matéria prima serve como base para oo desenvolvimento e aplicação de embalagem biopolimérica destinada a alimentos, desenvolvida durante as nossas pesquisas em inovação e tecnologias sustentáveis”, afirmam os professores Edna Aroucha e Ricardo Leite
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